JAPUAÇU BULHENTO
Ave ou índio
Quem sabe
É a menina
Que fica
Na janela
Aberta ao mundo
Não quer
Que alguém
Sem alma
Saia em busca
Dos valores do além
Faça do índio
Uma ave
Em troca
Do seu amor
Índio ou ave
Quem vem
Todo dia
Na sua janela
Buscar no fundo
Da sua mente
Uma semente
Que poderá
Devolver
Vida normal
Pros dois entes
Que, importantes
Cativam constantes
Os olhos da menina
Japuaçu bulhento
Vem bicar
Na soleira da porta
A palma da sua mão
É ela quem sabe
Como fazer
Um carinho
De gente
Pra salvar
Toda a sua emoção
Um sorriso
Se mostra
No canto dos olhos
Mareados
Dessa moça
Que sente
Que o amor
Tem o seu
Sagrado momento.
Vai embora
Com o bando
Mas o que consola
É que diariamente
Volta desordeiro
Pular no poleiro
Na esperança
De virar
Moço solteiro
E seu coração
Não mais de menina
Ganhar por inteiro
Assim vencer a maldade
Que lhe fez o feiticeiro