PORTO ALEGRE
Mas uma vez...
O amor constrói pontes,
Ensinando o balanço da alma
Juntar cacos em dias de chuva.
Flores na janela, violetas na mesa, louças na pia,
Tudo sem sentido quando o dia termina
Juntando vírgulas em uma única frase
O amor que foi embora.
Da janela, o Guaíba continua seu curso
O pulso da vida circula em qualquer RH sanguíneo
Enquanto o janeiro continua novo
E o dezembro...
Ah dezembro falta mês para acaba.
O amanhã continua sem frases
O perfume perdido no toucador
Olha as paredes do banheiro inebriadas
Pelo perfume da esperança,
Cítrico, frágil, solto no ar.
A neblina cai, lembranças boas.
Perdidas luzes ofuscam meu sorriso
E o frio de Porto Alegre desenha
Teu sorriso na xícara de café,
Tão quente como o chocolate do cappuccino
Tantas vezes que aquecia nosso inverno ao lado do Guaíba.
Mas uma vez...
O dezembro veio... Janeiro vertente entre dias e horas
365 dias e a saudade cada dia mais forte
Memórias sem testemunhas
Verdades sem ofensas,
... Saudades apenas
Entre nós e o Guaíba.
17/12/2016 – 21hs01