(Des)Agonia
Na passagem das horas
Esperanças desesperadas
Desesperanças reais
Guerra civil, escuridão, sombra
sangue que escorre no asfalto
Verbos no presente
Rancores latentes
dores latejantes
Enquanto isso, segue-se o tempo
Armadilhas se fazem
Crianças alheias correm no perigo
Dos fatais equívocos humanos
A relva queima
A água seca
Seca a vida
No estado terminal de tudo
Colapso nervoso!
Pânico contido!
Mas as crianças, elas ainda nascem
E estão no mundo para sê-lo
Gozá-lo, matá-lo
Trilhar um caminho novo
No qual o sonho é a partida
Com brisa na chegada
Sem fita, tesoura de ouro
E sem autoridade sobre o outro anulado.
Cresçam esses os pequenos
De dentro para fora
Puro sentimento
Porque a razão, as tantas razões externas
São a causa de tudo o que vi
De tudo o que chorei:
lucro
política
religião
Economia
Vaidades
Egos inflados
Púlpitos sujos
Sepulcros caiados
70 virgens
E mais mil vertigens
Pelo que ainda virá
Mas, ressabido,
O homem mostra o caminho
Mira nova atmosfera
Novas revelações
Ora,
Se chover o sangue é lavado
A escuridão finda quando amanhece
Cresce, mulher,
Cresce
Matura
!
Amanhã verás a lua.
(Des)
Agonia.
AlineCs