O domador de palavras
Ah! a palavra,
essa incógnita misteriosa
quando permanece (o)culta
cheia de caprichos
teima em ser arredia
Morando dentro de nós
sem ter compromissos.
A palavra
passeia pela mente
displicentemente fulgidia
não se mostra através da voz
ou da laboriosa escrita
Mas, às vezes grita louca
noutras, chora aflita.
Dura palavra
quase nos (inter) fere
quando se manifesta
num toque em nossa pele
ou no brilho de nosso olhar
Ela vive a nos incitar
nessa busca incessante.
Outra palavra
ocupa o lugar vazio
da que não comparece
entremeando a obra
como matéria (que) prima
Em plena composição da arte
que nunca se finda.