CANTO AO TEMPO
Carrego o tempo nas mãos
Afago-lhe os sonhos
E arranco seus posteiros
Carrasco das horas
De desterros
Carrego o tempo nas mãos
Acalento-lhe as esperanças
E quebro suas ampuletas
Com o vento
Espalho os dias
Carrego o tempo nas mãos
Acaricio-lhe as promessas
E travo seus pendulos
Ao som dos sinos
Canto os anos
Carrego o tempo nas mãos
Venero sua eternidade
Rasgo seus calendários
Nos epitáfios
Conto os séculos.