Filho de roceiro
Quando cheguei naquela roça
O mato verdinho
Só pensava na onça pintada
Até arrepiava
Na mata fresquinha
Que água ela tinha
Admirado eu ficava
Esquecia até da onça pintada
Escutando o som da água corrente
Sonhava um dia ter pra mim
Aquela riqueza
Mesmo com a onça pintada
Sentei na sombra
Para admirar mais um pouco
Não esperava que atrás daquele toco
Aparecesse a onça pintada
Meu coração gelou
Sem pernas para correr fiquei
Até pensei gritar
É melhor calar
A famosa onça pintada
Cheirou o mato
Caminhou para o outro lado
Foi-se a onça pintada, tão falada
Estória de mãe cansada
Para fazer dormir o filho
Deixando a trama do medo
Uma estória para enredo