FATHER-CROSS
FATHER-CROSS
As unhas ranhuras rabiscadas
na parede de madeira antiga
tinta descascando por cima
cobra de veneno doce cobre
tua pele de cinzas dos provérbios
que tentas deixar aos outros
um candelabro escorrendo velas
derretendo suas mãos doloridas
arrasta-se até as escadas
que descem no esconderijo
dos vermes malditos
foi o que deixou escrito
quer morrer ventania de séculos
abridor dos céus procurando
anjos decadentes caídos
o que sentia era o desespero
sua cruz não é mais íntima
sua luz não reconhece esta prece
moribunda que morde lábios
todo vulto da oração
que pretende é sádico
quando sai está sagrada
todo culto dos menores
que trêmulos guardam perfume de rosas
caídas no chão
frações úlitmas rasgam sua boca
nada pode escapar da tormenta
os excluídos são agora livres
vivas ao grande mártir
olhos de estrelas-guias indo ao mar
querem o fluxo luminoso de netuno
o que deixa areia profunda
na beira do que vermelho
está banhado de todo reino
desafiado de todo reino ofuscado
de todo reino criado desde antes
tornou-se um mistério flácido
o homem-santo ruínas do mágico
perde o interesse no trágico
sobre o sufrágio da vocação
que inaugurou adorando
o contrário de toda oração cantada
do que acreditava sobre as águas
quando sai...está sagrada.
MÚSICA DE LEITURA: EARTH - CODA