GENTE ESTRANHA
Gente estranha
(Leandro Alves Pestana)
Estranha essa gente
Que cobra da gente
Para dar sorrisos
Para estar contente
Quando eu não quero rir
Num desassossego
Não me deixa quieto
Quer mudar tudo de repente
Instiga o meu choro
Quando eu não quero chorar
Como se eu não tivesse
As minhas vontades
Como se eu não soubesse
Lidar com as minhas verdades
Quero sorrir livre
Chorar desobrigatoriamente
Estranha essa gente
Que quer tomar conta
Da vida da gente
Que pensa que sabe
Ou quer saber
Mais do que a gente que sente
Sei bem o que me faz bem
Assim como sei também
O que me machuca
O que me tira o chão
Por isso eu até agradeço
Por tamanha atenção
Mas não me leve a mal
Cuidar de uma vida
Já não está fácil
O que dirá cuidar de duas então
Se quer ser amigo, seja
Mas não atrapalhe o meu passo
Não sufoque o meu espaço
Respeite o meu momento
Seja ele qual for
De alegria ou de dor
É o meu sentimento
Não me obrigue
Ou desobrigue
Apenas, do meu lado fique
E já vai ser bom
Será de muito bom grado
Sermos assim simplesmente
Gente que se gosta
Gente que se curte
Gente que se respeita
Gente que não é estranha
Mas que se combina
Naturalmente!