LIBERDADE

Entre um cliente e outro

ela pára. Para escrever um poema

e ler outros tantos,

que , às vezes, nem entende.

A pequena Camila

nunca coloca em julgamento

o dinheiro que recebe;

No bolso de trás de sua calça jeans:

"não há ninguém que explique e

ninguém que não entenda"

Fica para um outro dia,

a esperança encantada, acordes

em suaves melodias.

Entre um cliente e outro, a uva :

seu sumo, todas as suas formas,

os azulejos trincados.

Passeios pela cidade, para as compras

de lembranças.

Liberdade são acidentes de percurso

Domingos vazios.

Na alma, suas trinta misericórdias.

Entre um cliente e outro, uma criança

que lembra ter crescido rápido demais.

Teias antigas multiplicam-se