905 Banho de Luz

Banho de Luz

a Luz invadiu meu quarto

fiquei entre o dormir e o acordar

como não reagia a Luz me esbofeteou com um dourado raio.

despi-me

e

a Luz dourou meus pelos

escancarou meus pensamentos:

sou um animal do telúrico planeta

e

não um etéreo ser de suposta dimensão

os raios lúcidos

foram iluminar outras câmaras

e

me deixou com a constatação

da

REALIDADE

Nardo Leo Lisbôa

Barbacena, 30/08/2000

Caderno: Poesia Efervescente

Este poema antes de meu tratamento para tireoide foi produzido assim – época em que eu estava envolvido por religiosidade e esoterismo para entender minhas dores e meus questionamentos. Eu estava lendo muito Mitologia Clássica também :

Despertar

O deus da luz invadiu meu quarto ultrapassando a vidraça da janela.

Iluminou-me e eu preguiçosamente fiquei entre o dormir e o acordar.

Como não reagia, ele esbofeteou a minha face com um doce e quente soco de raio de luz.

Seduziu-me a tirar o pijama.

Aqueceu todo o meu corpo dourando meus pelos.

Fez meus pensamentos férteis.

Ao que meu ventre respondeu

apelando ao trabalho das mãos – prazeroso e arrepiante orgasmo.

Ele era Apolo e eu Jacinto – no quarto não havia Zéfiro.

Aqueles raios solares vagarosamente foram embora

E eu fui banhar-me em refrescantes água.

Nardo Leo Lisbôa

Barbacena, 21/12/2000

Caderno: Poesia Efervescente

Nardo Leo Lisbôa
Enviado por Nardo Leo Lisbôa em 30/08/2016
Reeditado em 14/09/2016
Código do texto: T5744616
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