escrever
escrevo
porque gosto de acender,
de colocar fogo
nas ideias furadas,
de esquartejar mentiras
escrevo porque gosto
de trucidar
essa lâmpada
que fez da vida
um vulto, gosto
do mar que mareja
as janelas, o vidro e ferrugem
numa valsa no fundo
do medo, batemos
fogo, gritamos fogo,
escrevo em cores
de labareda