sou poeta
sou teu animal
e a tua
infâmia,
mesmo assim desço ao teu santuário,
piso no limo das pedras
sinto o verde sombrio das água
e banho de sonho a tua
fimbria,
e no vale mais proibido
masturbo
tuas entranhas com língua,
pois sou poeta,
faço castelos de palavras
faço bombas com símbolos
destruo mundos de miragem
desce e subo o rio da vida
meu cinzel é a linguagem