vida invertebrada
trago-a
á rua do
sol
e desamarro-a
do tempo
retiro-lhe
a venda
e antes da vertigem
dou-lhe meus olhos
e meus braços
e deixo-a
segura e bela
na boca da vida
na firmeza da
terra,
na vida invertebrada,
fluida, sem grade,
da pele que sente
que traz a prata mais pura
o ouvido que escuta
corpo em brasa: vivente!