Prece anônima à um Deus desconhecido
Meu Deus
Deus Meu
Me dê o sossêgo
Tão almejado.
Acaricie o meu peito
Já todo estraçalhado.
Me leve ao seu leito
Me mostre o mundo tão vasto.
Faremos um passeio, Você e eu,
Eu nos seus braços.
Desse desespero
Eu, Deus que desconheço,
já estou farto.
Não retenho mais as lagrimas
Que saem do seu leito
Lagrimas de um mar vasto.
De tanto dor já estou cheio
De olhar o mundo com olhos fatigados
De sorrir ao avesso,
De curvar com o peso do fardo.
Não Deus meu,não sei se aguento
Mais um quarto do que já me foi dado.
Não sei se sustento o meu passo
Nesse infindavél absurdo de vida.
Não consigo ó Deus meu
Me faze-la querida.
Abandonar os emplastros, as muletas
A ferro e fogo forjar a firmeza
Ir a diante, até o fim da minha vida.
Não sei se consigo meu Deus
Suportar esse labirinto.
Para isso seria-me preciso um mapa
Com trilhas rodovias e estradas,
Catalogadas ao infinito,
guia na noite, mito orientador nas tormentas
O invento mais ultil,ultima tentativa do homem,
De se recuperar da primeira e profunda Queda.