Cavalo
Como o poeta viajava sem cavalo,
Nos seus pés criava calos.
No calor que abrasava,
Sua mente fermentava.
Sua história esquecia;
Ia dia após dia
Alterando o derradeiro
De outeiro em outeiro.
Mas chegando ao seu destino,
Não havia desatino;
Sem vergonha e sem pudor
Cantava seus versos de amor.
E o mundo abandonando
En cada verso ia voando.
Mas quando a noite terminava,
Recebia seu vintém e colocava o pé na estrada.