AS FIGURAS QUE ME SOCORREM
AS FIGURAS QUE ME SOCORRREM
Não sei viver sem hipérbole,
Por isso já te falei mais de mil vezes,
Que não vivo sem você,
Que uso sempre metáfora,
Minha gata manhosa e faceira.
Os homens somos silépticos,
De gênero ou de pessoas
E vossa senhoria é bondoso
Para com seus súditos
Mas que não sejamos supérfluos.
Na minha prosopopeia, o ipê amarelo,
Que ( eu elíptico ) encontro na estrada,
Saúda-me todos os dias,
Com suas flores amarelas,
Durante toda a primavera.
Suas flores tornam-se lâmpadas
Na perífrase da minha jornada
Conforme o reflexo do astro rei,
Aos domingos os sinos convidam-me
Sempre para assistir missa.
Mas na segunda feira, ironicamente,
Vou para o meu labor sem preguiça,
No meu eufemismo, ainda não quero,
Entregar minha alma a Deus
Ou viajar para eterna morada.
Capanema, quinta-feira, 21 de julho de 2016. SALENCAR