Alumiar
Nesse céu que paira
Sobre esse tempo custoso,
As estrelas e suas noites,
O sol ardente, que em minha pele
revela sua presença, me mostrando as coisas
Do chão, o medo rarefeito, um confeito
A me lembrar das escadarias, alguns
ficaram na íngreme subida, tão doce o
olhar quando lembro e isso
me corta, dilacera, mas pensar
nisso já é alimentar mais degrau que
se materializa no devir.
Já não sou o mesmo, logo após
O ocorrido posso ver o rosto dela
Impregnado no tecido da vida, esse
sonho uni-presente que a tudo sopra
com sua língua insatisfeita.
Tem luta que já nasce injusta,
A flor combalida respirando a beleza
De seu encontro, mesmo que tardio,
Com o mistério de estar viva, olhar
pela janela tem o seu risco, mas como deixar
de perguntar? se nada de seguro nos disseram,
esse piso eu sei que é provisório, ele me
sustenta, mas é provisória essa verdade.
as lembranças acordam, com se elas fossem
mesmas donas de seus descansos , e susto se faz nesses
instantes terríveis, e pulmão se esforça numa
vigorosa respiração que venta uma terra que se anima
Ao mais leve desvelo de um olhar que percebe,
Estamos todos juntos nessa viagem impossível,