MADRUGADA INCOLOR
Pintei minha madrugada de branco
Buscando a paz tão escassa,
Mas chovia e a noite era trapaça
E até desventura para quem dormia nas praças...
Só se percebiam os ventos e as luzes dos pirilampos.
Já adentrava a madrugada e eu no balanço da rede,
Num balançar intenso e chovia em meus sonhos
E meus olhos marejavam sem se descobrir o porquê...
Talvez na pintura houvesse um bem-querer,
Um querer que surgiu judiando todo meu ser
E então me guardei confuso e tristonho.
Na noite que se faz vazia já não sei o que fazer...
Melhor buscar a inspiração das estrelas, sem ruídos...
Ou nos mistérios do luar para estes meus sonhos sofridos
A fim de que meu coração sinta prazer.
Na vida que se faz viver mergulho na melancolia
E me dou conta de que o tempo tem cartas marcadas...
Que se descubra a incógnita para o tudo e se desvende o nada
Ou se permita que o abstrato seja apenas sintomas de nostalgia.
E nesta angústia profunda sem saber o que fazer
Elevo minha mente às estâncias do metafísico,
Neste encontro poético feliz me realizo,
Pois um novo dia começa a amanhecer!
DUETO de Socorro Caldas / Ivan de Oliveira Melo