CARÊNCIAS

Carências (Leandro Alves Pestana)

Careço do ar, de ter o lugar

De nada falar e apenas gostar

De ali estar sem se obrigar

Careço de ter a quem entender

Que valha o saber por assim dizer

O velho querer de tanto aprender

Por não saber nada, o novo me agrada

Refaz minha fala, já acostumada

A ficar calada para quando for dada

Bem assim dizer aos tolos que pensam

Que eu nada penso, que fui derrotado

Carecem os tais então de atalhos

Que me foram dados pelo que plantei

E agora abuso em falar que sei

Pois em tempo me dei em ouvir demais

E querer um pouco mais

E fingir sempre que nada sei

Na busca de ser um bom aprendiz

E quem sabe, ter um pouco a ensinar

Do velho hábito de todo ser humano

A eterna carência em ser feliz!