A IRMANDADE DO ACASO

A IRMANDADE DO ACASO

No interior dos arredores

vingavam as dores do suicido

o fraco mediocre iluminando

escuras visões conhecidas

falando coisas roubadas dos poetas

o princípio que

mendiga por letras ensinadas

do espírito

grita um saber sem ter coragem

de existir sob o sol

quem somos depois

de voltar dos sonhos

o que são afinal aqueles

a quem a música preenche vazios

"o falsário habita as ruas"

habita mitos fantasmas

p'ra ser uma coisa

p'ra não ser supérfluo

pelo vicio que regula o sangue

pra matar a estupidez do medo

logo cedo devora tudo

sentimento saciado

os suores perfuraram

as paredes do quarto

ele ainda tem munição

podia ter se matado

as lunetas apontadas

para o quarto do homem

que veste roupas estranhas

tem coisas brilhando

nos seus olhos furtivos

o que ele escreve

pode ser o pequeno gozo

da memória sólida

"o broto na terra infértil"

o que sobe a colina e nunca volta

perto das mazelas guardando

qualquer coisa de sagrado

não pertence a ninguém próximo!

MÚSICA DE LEITURA: THE DOORS - Wild Child

João Marcelo Pacheco
Enviado por João Marcelo Pacheco em 15/07/2016
Código do texto: T5698390
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