até quando

O que seria

Um jornal, senão

Um discurso sob

Medida

Distribuído

Em várias

Pistas

Para que os

Pilares que

Mantém os andares

Bem urdidos

Bem amarrados

Como que colados

Não sejam

Ruídos

Para

Que alguns poucos

Continuem comendo

As putas mais caras

das bocetas mais vivas ( e molhadas)

Nos jardins

Ainda secreto

sem adão e sem

e eva,

sem o espinhaço

das trevas

Onde o mal

Tão pregado

Quiça disseminado

as seis horas da

tarde,

as seis horas da tarde

as seis horas da tarde

á tarde, as seis horas

Não lhe cheire o cangote;

De modo que o outro

Esse outro,

Um número

Um sombra, um poste!

(talvez a mãe lhe saiba)

não pense

não sinta,

caso sinta,

estado de choque

Dessa base mal acabada

Forjado á martelo e gás

Calcigenado por

Dentro, durante

anos,

desde o tempo

da escola

no maquinário

da tripas e no kernel do cérebro;

um pulsar que só esfola

Que sempre

Nele respira;

quanta merda

se prende

nas costelas

de suas ventas

na sua língua de vida;

E em mais nada

Acredite!

Senão esse vale

dia-a-dia assombrado

por toda sorte de capataz

olor,

pavor

bolor,

horror

que

que

mais o que, o que?

tédio embrutecido

dentro

desse dia,

o mesmo dia em que

sobre a relva

se derrama

como um sexo delirante

nos muros, nas janelas,

que explode como

bomba atômica

no meio da praça

bela

clara clara,

o sol que disso não sabe

de nada.

como uma pedra rara

mas isso em seu

coração não bate

seria alarde

trombada na identidade;

vida bruta

ferida

cisterna

Em carne fétida

na carne

na carne

na carne

na inteligência

da carne,

que nem desconfia

nem da metade

nem da metade

passa pela sua face

que pensa-se vivo,

outro truque

dos mais baratos

e isso, gente, não é a vida de verdade

Andrade de Campos
Enviado por Andrade de Campos em 12/07/2016
Reeditado em 12/07/2016
Código do texto: T5695683
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