existência fixada

À janela, os olhos seguem

A rua, esculpida da pedra bruta,

Um dia, esse vasto volume aberto,

Foi espaço inexplorado, alguém

Deu a primeira machadada, o primeiro

Golpe que deu as trevas a cara de passagem;

Carrega corpos e vendedores

De sonhos, é tão fácil enganar,

É tão fácil se enganar, o que

Real nessa rua que acontece.

Em meus olhos, não sei se

Basta o retorno das pedras, ou

Essa luminosidade que se evapora de

Outras janelas, o pássaro não

Sabe do sofrimento das árvores,

E se soubesse, continuaria cantando

A sua vida breve;

Mesmo no caroço claro do

Dia, a sombra insinua em

Tua morada, houve cidades

Soterradas, que ainda lateja

Na memória do corpo, as coisas

Que insistem tem nelas, a existência

fixada

Andrade de Campos
Enviado por Andrade de Campos em 30/06/2016
Código do texto: T5683262
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