Neblina
Neblina é o que cobre a rua nos dias de chuva,
O que embaça a vista no meio da pista.
Encantadora ou assombrosa,
Majestosa fumaça intimidadora.
Há quem lhe observa a procura de pistas da estrada,
A procura de um caminho, uma escada que só sobe,
A caminho e em busca de algo intocável e que some,
A busca do improvável.
Neblina é aquilo que cobre o campo de frio e orvalho
E desponta nas manhãs de abril e de maio.
Nas noites nas beiras dos rios,
Embaçando a vista de toda a gente
Que tenta agarrar-lhe com brincadeiras.
Coitados... Não podem tocar-lhe, só vê-la passar,
Como se fosse o tempo.
Neblina é o que a gente atravessa como se fosse invisível,
É o que a gente tem medo como se fosse o incrível,
Que torna o conhecido desconhecido
E o previsível imprevisível.
Neblina é a fumaça em forma consistente,
Em forma insistente que paira sob o ar e me tira a visão,
Enche-me de curiosidade e acalenta meu coração.
Só quem viu a neblina nas manhãs de frio intenso
Cercando as serras e os morros,
É que sabe que não há nada de tenso,
Só há beleza e um mistério natural,
Tanto quanto trivial,
Que faz brilharem meus olhos
Como quem vê a neve pela primeira vez.
Que sutileza é essa, meu Deus?
Tão maravilhosa quanto Ele que a fez.
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Poesia ganhadora do 1º lugar da categoria poesia escrita de 15 a 17 anos do Festival Nacional de Arte e Poesia (Fenapo) 2015.
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