POESIA CONTEMPORÂNEA
Em forma humana
Se parecendo com gente
Desceu a deusa do céu
Suave como serpente
Com um olhar penetrante,
Sorriso enfeitiçante,
Olhando fiquei doente.
Doente de uma doença
Que nunca quer se acabar,
Não há remédio no mundo
Que a faça de mim passar.
Se a deusa fitar em mim
Eu fico petrificado,
E se ela for, ai de mim,
Pareço enfeitiçado,
Pois fico mudo, gelado,
Pareço mumificado.
E se ela volta acordo
Dessa mumificação,
Mas fico extasiado
Da grande admiração,
Pois ela enfeitiçou
Meu humilde coração.
Os outros riem de mim,
As meninas zombeteiam.
Dizem que estou domado
Por uma grande cadeia
E que não posso sair
Dessa prisão que em lanceia.
O amor é muito forte, Grande a admiração.
O domínio divinal
Desse ser que num instante
Se transforma em formusura
E em corporação pura
De uma bela criatura.
Ó deusa, o que fiz eu
Para me importunares?
Há tanta gente no mundo
Alguém a quem procurares
E teu olhar divinal
Como água em mim derramares.
Inundou-me o coração,
Acabou-me a razão,
Deixou-me abestalhado
Sem sintonia, sem chão,
Pra sempre fiquei por ti
Eterno embriagado.
Os deuses se encolerizam
Com teu poder dominante
De vires em um mortal
Algo de interessante
E teu favor só dedicas
A mim por algum instante.
Beijo pra deusa do meu céu.
Carlos Jaime