TRAÇOS

TRAÇOS

O consolo do falso conduto

"nível de superfície"

que me levam ao fim do túnel

das coisas entranhas

que manhas abro minha garganta

do que nada sei

porque o grito infantil

é um hino verdadeiro

pra dizer o quanto sei

de um vento flexão de coisas

que avançam sem perguntar

teu aroma lacto-mistico

vai me buscar logo adiante

pra voltar ao inicio

das histórias que hoje conheço

quando perto podia ficar

são memórias do "permaneço"

por isso me ergo aflito

vendo alguém indo fechar a porta

ainda que sorrindo

pensando que ninguém se importa

aquele calor comum de aceite

que derrota os estúpidos muros

que insistem em desejar

outro mundo sem estômago

que persegue o que é mudo

e nada nos conta

por que o tempo também muda

o que perdura é um "tempo inclinado"

chamado tempo dos magos

criadores de fórmulas

a soma do esquecimento

de que foram um momento

do mesmo pomar de outrora

descidem olhando provas

presentes

sentem o fluxo de julgar

pelo que foi dito escrito

mal criado mal resolvido

mal inventado pelo tédio

do que pode ficar ausente

sem remédio

superando o teu ardor astuto

do livro de páginas brancas

que francas letras vão surgindo

ensinando os cantinhos de sonho

"todo lugar pode nascer uma flor"

quem foi este rei impostor

dos castelos prontos

inventou brinquedos pra superar

o medo do escuro

conheço apenas um que foi rei por amor

sem fábulas nem contos

te deixou ser minha por alguns meses

até o luto da placenta

ser uma dor de alegria recebida nos braços

os passos precisos do

olfato sentindo onde chegar

onde estar...

...permanência.