A VELA
A noite reavivava aquele clarão
que aos poucos dissipava o medo.
Sua folha de ouro mantém-se impassível
enquanto desgasta a coluneta de alabastro.
As míseras borboletas mendigam a sua companhia,
mas queimadas ou esgotadas entregam-se a escuridão.
Entretanto a vela, com a oscilação das claridades sobre o livro
e o desprender das fumaças originais alegra o leitor,
depois se inclina sobre seu prato e se afoga em seu alimento,
concluindo assim, o objetivo de sua jornada.