a hora da zona morta

água represada

apodrece, no entanto

a manutenção dos

canais está o olho da cara,

os olhos não veem o clamor

daqueles que se afogam,

a diáspora é feita agora

pelo pensamento, uma multidão

sem mover as pernas , já foram embora,

qual homem ascenderá as lamparianas

servirá a mesa, limpará as

sapatilhas dos dançarinos,

sei que as horas

turvas tomam às janela durante

a distração, mas esse esguicho

de memória é o adubo de nossa

revolta.

Andrade de Campos
Enviado por Andrade de Campos em 17/06/2016
Reeditado em 17/06/2016
Código do texto: T5670480
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