a hora da zona morta
água represada
apodrece, no entanto
a manutenção dos
canais está o olho da cara,
os olhos não veem o clamor
daqueles que se afogam,
a diáspora é feita agora
pelo pensamento, uma multidão
sem mover as pernas , já foram embora,
qual homem ascenderá as lamparianas
servirá a mesa, limpará as
sapatilhas dos dançarinos,
sei que as horas
turvas tomam às janela durante
a distração, mas esse esguicho
de memória é o adubo de nossa
revolta.