ROTINA CANINA
Pela manhã, pela tarde,
Todo dia – é sagrado,
Passa pela rua
Pensativo e calado.
Dizem que se chama Bob.
Ele é um ser peludo.
Dizem que se chama Bob.
É um cachorro carrancudo.
Pela manhã, pela tarde,
Sério e compenetrado
Ele faz o que está
No instinto agendado.
Dizem que se chama Bob.
Ele é um ser peludo.
Dizem que se chama Bob.
É um cachorro carrancudo.
Pela manhã, pela tarde,
Como se fosse prepotente
Ele vai, ele vem,
E não dá bola pra gente.
Dizem que se chama Bob.
Ele é um ser peludo.
Dizem que se chama Bob.
É um cachorro carrancudo.
Pela manhã, pela tarde,
Olhando sempre pra frente,
Por dentro remoendo
Coisas que só ele sente.
Dizem que se chama Bob.
Ele é um ser peludo.
Dizem que se chama Bob.
É um cachorro carrancudo.
Pela manhã, pela tarde,
Segue ele a rotina
Subindo e descendo a rua
Com sol, chuva ou neblina.
Dizem que se chama Bob.
Ele é um ser peludo.
Dizem que se chama Bob.
É um cachorro carrancudo.
Pela manhã, pela tarde,
Ele sabe e imagina
Que será observado
Por gente grã-fina.
Dizem que se chama Bob.
Ele é um ser peludo.
Dizem que se chama Bob.
É um cachorro carrancudo.
Pela manhã, pela tarde,
Pela rua ilusória
Vai sobre as quatro patas
Como quem vai pra vitória.
Dizem que se chama Bob.
Ele é um ser peludo.
Dizem que se chama Bob.
É um cachorro carrancudo.
Pela manhã, pela tarde,
Com cara de glória
O legendário ser
Já faz parte da história.
Dizem que se chama Bob.
Ele é um ser peludo.
Dizem que se chama Bob.
É um cachorro carrancudo.
Vadevino
Autor do livro "Versos & Poesias"
vadero@oromail.net