pelos fundos

É pelo fundo

Essa superfície já foi gasta,

Não vale um café

Ou um dedo de prosa;

É intolerável o fingimento

Dos mortos,

Nessa praça do cotidiano

Entre janelas e portas

Muitos cães adestrando seus donos.

Bem que aprendi

A mergulhar, tarde, está certo,

Ir fundo, sob o farfalhar das membranas;

Turva a água, turvo o tempo,

Mas estamos bem no fundo

Das coisas vivas. A beleza

Também é insuportável

Andrade de Campos
Enviado por Andrade de Campos em 17/05/2016
Código do texto: T5638479
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