inefável

uma vez o mundo

desfolhado; não há

nada a fazer,

se fosse cebola faríamos

das cascas, temperos,

o que fazer na hora

derradeira, quando as crinas

do abismo já não conversa

com a luz da manhã,

ilusões cederam, o rio

mostrou o seu ventre,

e nos vimos no seu pulsar

assimétrico, pela primeira

vez, aprendemos a não

perguntar, silenciamos diante

do inefável

Andrade de Campos
Enviado por Andrade de Campos em 17/05/2016
Código do texto: T5638206
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