inefável
uma vez o mundo
desfolhado; não há
nada a fazer,
se fosse cebola faríamos
das cascas, temperos,
o que fazer na hora
derradeira, quando as crinas
do abismo já não conversa
com a luz da manhã,
ilusões cederam, o rio
mostrou o seu ventre,
e nos vimos no seu pulsar
assimétrico, pela primeira
vez, aprendemos a não
perguntar, silenciamos diante
do inefável