LÚCIFER

LÚCIFER

Algo goticulava permanente

ele ainda estava perdido dentro

de onde havia caído

água doce escorria no corpo

vivendo as trevas num calvário

sem cruzes sem luzes fugas

de raios luminosos habitavam

pequenas fendas de encontro

ao desespero

desespero uivando por dentro

clamando pelo fim das dores

os infernais vasos sanguíneos

queimavam seu corpo doente

carente de forças

abraça um galho velho

uma raiz pontiaguda

ponte aguda do sentinela respiro

profundo desejando pesado

tudo é breve

salve o breve

que leva sua carne a superfície

por pelo menos uma trégua

dos ares ataúdes

como estacas do despejo de falecidos

que nada temem

dizem amém lá em cima

os coros de orações fúnebres

seu coro de orações

são as gotículas doces estranhas

que andam na pele

de um perfume sereno leve

das “manhãs nascidas”

ele ainda palpita sobre bebê-las

de quem por certo está no alto

quem é esse alguém

que vem oferecê-las

sede arranhada na garganta

cortando palavras

ele podia ter as palavras voando

escritas do lado de fora

pedindo socorro

com a mesma intensidade

da fumaça do calor que evapora

dos poros

porém a entrega parece fácil

dolorido esqueleto cravado

ouvidos sujos de barro

narina ofegante ácida

flácida pele sem água

desejo agora fluído

o ruído da morte escarnia

devagar solaria imitando

os sonhos caminhando antes

penetrante medo do obscuro

faz lamber a pele

feito com cão com sarna

até onde enxergava

quase rasgava querendo o sabor

de tudo

agora estático aparava

com as mãos ensanguentadas

mesclando seu espírito

agora mestre do rito

o volitivo mito da ânima

esta prestes a se entregar fácil

“encontre outra saída”!

LUCIFER

Something permanent goticulava

he was still lost in

where he had fallen

fresh water flowed in the body

living in darkness ordeal

without crosses without leakage lights

bright rays dwelt

small cracks against

to despair

despair howling inside

calling for an end to pain

the infernal blood vessels

They burned his sick body

lacking in strength

embraces an old branch

a pointed root

Acute bridge vent Sentinel

deep longing heavy

everything is brief

save the brief

that takes your meat surface

for at least a truce

the coffins air

as deceased dump stakes

who fear nothing

Amen say up there

the choirs of funeral orations

your prayers Chorus

are the strange sweet droplets

Walking on skin

a light scent serene

the "born morning"

he still flutters about drinking it

who certainly is at the top

Who is this someone

which is offering them

headquarters scratchy throat

cutting words

he could have the words flying

written outside

for help

with the same intensity

smoke heat that evaporates

pore

but the delivery seems easy

sore spiked skeleton

dirty ears of clay

nostril acid panting

saggy skin without water

Now fluid desire

noise escarnia death

Solaria slowly imitating

dreams walking before

pervasive fear of the dark

is licking the skin

made with dog with scabies

far saw

almost tore wanting the flavor

of everything

Now static trimmed

with hands bloodied

merging his spirit

now master of the rite

the myth of volitional anima

is about to surrender easy

"Find another way out!"

MUSICA DE LEITURA: Black Mountain Transmitter - Black Goat Of The Woods