ZARATHUSTRA

ZARATHUSTRA

Tempestade tempera oriunda

do esquecimento

devasta os outros

a nesfasta deseja um louco

ao profeta benzendo éguas

debaixo da sombra

pedindo esmolas

emborca súplicas duvidosas

penas pétalas de odor

nenhuma flor em roda

caricatura formada

nos templos da dor provocada

da dor pelo amor

de alma comprada

venda seus olhos

pra entrar no meu céu de lágrimas

existe deus... eu permito

existe deus no infinito

no último sim do grito

pela vida no final

das paginas

adormece perdido

mal entendeu do bem

que faz qualquer estória contada

pela palavra dita sem escrita

lembrada

nos pés da árvore desvalida

de galhos e ramos

a fé da miséria estúpida

a fé da inércia absurda

é atraída traída pelos escombros

ela percebe o amo convalescendo

de cabelos compridos

um amigo foi embora muito cedo

despediu-se da vida

havia cicatrizes deixadas

mágoas ressentidas

num mundo sem ultrapassar

o mundo do quarto da sala

entre as paredes da casa

no prédio vizinho

eu tinha um carinho breve

uma transa leve

no consolo do escuro

perto do bosque antes

da avenida

deixou-me marcas

erramos as lágrimas

choravam de agonia

do que chorar de nostalgia

pela partida

que parte dois gomos de corpo

deixando um comigo

choramos tal dia

antes de ir à noite

vendo o vento soprar meu velho amigo...

...de longe agora vejo no

peito descoberto

um verso escrito por mim

com dentes afinados do amor

complacente

um amor ambíguo de crentes

de reza por milagres antigos

que era ele nas migalhas

putrefas

na muralha construída

pra dar alicerces aos bandidos

que roubam virtudes

e seduzem quando se perde

em pleno claro dia

que tudo que vivia era aparente

eu derrepente fiquei mórbida

de órbita no passo

dizia sobre os mundos

um dos mundos estava ali embaixo

de cabeça erguida

mentia forças que não tinha

por isso caio sentada

olhando uma voz

falando sobre silêncios!

Zarathustra

tempera arising storm

forgetfulness

devastates others

the nesfasta want crazy

the prophet benzendo mares

under the shade

begging

emborca doubtful supplications

feathers odor petals

no flowers in wheel

caricature formed

in the temples of the pain caused

pain for love

of purchased soul

blindfolds your eyes

to enter my sky tears

there is God ... I allow

There is God in the infinite

Last but cry

for life at the end

of pages

numbs lost

misunderstood well

that makes any story told

the word spoken without written

remembered

the feet of the helpless tree

twigs and branches

the faith of stupid misery

the faith of the absurd inertia

It is attracted betrayed by debris

she realizes the love convalescing

longhaired

a friend gone too soon

took leave of life

had left scars

heartaches resentful

a world without exceeding

the world of the living room

between the walls of the house

in the neighboring building

I had a brief affection

a light sex

in the dark comfort

near the forest before

avenue

let me marks

We err tears

They cried in agony

than tears of nostalgia

by starting

that part two body buds

leaving one with me

cried that day

before going to night

watching the wind blow my old friend ...

... By far now I see in

chest uncovered

a verse written by me

with tuned teeth of love

complacent

an ambiguous love of believers

to pray for miracles old

that he was in crumbs

putrefas

built in wall

to give foundations to bandits

who steal virtues

and seduces when you lose

in full daylight

everything living was apparent

I suddenly was morbidly

orbit in step

said about the worlds

one of the world was down there

head on

lying forces that had not

so fall sitting

looking a voice

talking about silences!

MUSICA DE LEITURA: EARTH - Raiford