Absenteísmo

Nunca fui apegado a indolência

Nem tão pouco um escravo do trabalho

Como um proletário presumo o quanto valho

Sem jamais me entregar a subserviência

Desde cedo adquiri essa consciência

Fiz de tudo pra buscar minha comida

Com meu suor amassei o pão da vida

Pra preguiça nunca bati continência.

Sempre trabalhei por minha sobrevivência

Desde novo essa lida eu encarei

Desse modo o meu viver assegurei

Desprezando um estado de indolência

Como pobre carrego a consciência

Que o trabalho o homem enobrece

Assim sem o seu soldo ele empobrece

Viverá sujeito a subserviência.

O trabalho é a força motriz

Que conduz o proletário pela vida

Em sua busca incessante por comida

Diariamente se sente mais feliz

Quando é finda a jornada ele diz

Mais uma batalha foi vencida

Meu suor foi traduzido em comida

Sobrevivo daquilo que eu fiz.

Mas muitas vezes a realidade não condiz

O seu ganho se traduz a um vintém

O trabalhador é tratado com desdém

Desse modo se torna um infeliz

Sua sobrevivência fica por um triz

Com desprezo ele passa a ser tratado

Pelo patrão dia a dia é explorado

Visto como improdutivo infeliz.

Trabalhar tem sido a minha sina

E eu a encaro com bravura

Pois acredito que toda a criatura

Com o seu trabalho a pobreza elimina

Porém digo aqueles que se contamina

Com a preguiça causadora da desgraça

Fuja do ganho fácil da trapaça

Trabalhar é uma inspiração divina.

Viverás do suor de rosto

Assim disse o senhor da criação

Semearas com teu trabalho esse chão

Sem que a ninguém tu pague imposto

Porém quando isso te causar desgosto

Acredite naquele que te ampara

Dobre os joelhas mãos postas junto a cara

Peça a deus o que sonha em ser reposto.