cidade embalsamada

o rio leve e aceso

nos anda

no fundo do corpo

nos belisca pelo

seu volume, nos

sua fala é água profunda

o rio bate nas pedras

choca com as margens

e desce mais fundo

rio redemoinho, cascata

de cores e luzes, rio dançarino

fluido, bruma, cascata furna

a barragem e flui e fluem

serenamente a outros

rumos, e se nos são por dentro

como se o fundo fosse luz

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a cidade que eu nasci,

já abalsamada,

durará o vácuo de meus

pulmões,

o barco que me trouxe

a esse momento, afundou,

seu entrelaçado casco, era

feito de ideias desvairadas,

ps: claro que aprender

a voar fez parte dos planos,

mas aos pássaros coube

o desvirginamento dessas alturas,,

então fiquemos

com a brutalidade dos pés

na terra

Andrade de Campos
Enviado por Andrade de Campos em 29/04/2016
Reeditado em 29/04/2016
Código do texto: T5620332
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