Chicotada no peito desnudo do bebê

Sinto muito frio,

daqueles que esgarçam a espinha sem dó

daqueles que fazem esquecer a nossa raiz.

Cada vez mais sinto frio,

como aqueles que derrubam montanhas

como aqueles que fazem o rio deixar de parir.

O frio é ainda maior,

feito aqueles que destrilham as vértebras

feito aqueles que deixam os sonhos apodrecer.

Este frio não passa,

do jeito que faz a alma virar lama

do jeito que faz a compaixão virar algoz.

Que frio danado,

parece uma chicotada no peito desnudo do bebê

parece o desprezo que faz o sol desistir de nascer.

Que frio da peste,

que deixa a folia se acovardar até sempre

que deixa a aspereza do não destravar suas amarras.

Frio maldito,

que faz a vida esmigalhar meus ninhos

que faz a cor nunca mais sorrir de vez.

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Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 30/03/2016
Reeditado em 30/03/2016
Código do texto: T5589289
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