camuflada

ouço mais barulho

do que som

vejo mais merda

do que pardal

no entanto

não posso correr

nem gritar

que esse mundo

está sujo e pesado

que a mentira se tornou

de muitos, namorada

o que posso fazer

é escrever poemas

que de verdade mesmo

esse mundo não afeta

em nada

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eu sonhava

que tu eras grande

que elaborava

que pensavas;

então

numa desses dias

vi que teu piso é

de areia

que tua conversa

é engabela

que tua boca consciência

é ideologia camuflada

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Olha aqui, malandro

Não me roube

A esperança

Põe a vergonha

Na cara,

Não roube

Esse povo que trabalha

Se acha

Que assim

É esperto

Deixou de ser homem

E rebaixou-se

A verme

Andrade de Campos
Enviado por Andrade de Campos em 28/03/2016
Reeditado em 29/03/2016
Código do texto: T5587594
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