Quando eu soube que minha jornada seria dolorosa,
Eu não chorei.
Agarrei-me à esperança e lutei.
Eu tinha de ser forte, para mim,
E para tantos que de mim dependiam.
Continuei meu caminho, plantando sorrisos,
Levando alegria aos desvalidos
E colhendo forças onde havia somente
A terra seca para pisar.
Não regateei sequer um segundo,
Eu sabia que o mundo era assim mesmo.
Não lamentei injustiças, não neguei dificuldade,
Mas cada pedra arremessada
Tornava- se o alicerce da minha vida.
E assim fui cimentando o futuro, edificando o caráter,
Ajudando os menos favorecidos,
Alimentando bocas que desconhecia.
Eu sabia que a fome existia, a sede, a doença,
Mas a pior das pragas não se acaba,
O esquecimento.
Eu quis que minhas mãos fossem iguais aquelas,
Um couro trincado pelo sol,
E as cicatrizes feitas por espinhos,
Que não eram de flores.
Eu quis sentir a fome, a sede,
Mas a minha fraqueza humana não consentiu.
Assim, restou-me seguir adiante,
Olhando nos olhos das crianças
(elas enxergam a verdade)
Furtando um pouco de sua pureza
Alimentando as minhas intenções.
Quantos corações eu ouvi deixar de bater...
E sem esmorecer, os que ficaram,
Guerreando pela sobrevivência.
Não precisamos da política para mudar,
Precisamos mudar, mudar as pessoas,
Mudar as atitudes, mudar o sentido da vida,
Lutar pelo que se acredita, por todos,
Por nós, pela verdadeira justiça
Que nos chega dos céus.
Deitei sobre a terra por diversas vezes,
Nenhum presidente me disse “parabéns”,
E se dissesse, eu responderia,
Sou capaz de fazer sozinho
O que você não fez com tantos.
O que faço é apenas lutar
Pela dignidade, pela honra,
Somos donos do mundo,
Somos donos do nosso nariz,
Somos donos do nosso País,
E quando se é dono de algo
Que não deu certo,
A gente conserta.
 
MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE
Enviado por MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE em 24/03/2016
Código do texto: T5584097
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