A BATALHA DA LOUCURA - Poesia nº 31 do meu segundo livro "Internamente exposto"
Ainda que então premente sim, eu me oponha,
Na distância desta minha realidade já findando;
Sou eu, esse vasto castigo!
No destino, por outros, sou repulsa e vergonha;
E nas paredes deste, o viver me transmutando,
No apelo do que fustigo!
Um alvo sem saber, no que é limitado, sem fervor,
Muito maior do que seja, pela grande e podre vida,
Desumana em suas validades!
É a pena dessa batalha que eu travo com o horror,
E esta mesma não dá tréguas; é imagem engolida
Num espelho de insanidades!
Ah! Meu eu por dentro..., o que eu fiz, me diga?
Que a mente não mais ajuda e nem mais sente,
O que foi ser feliz um dia!
Já em mim, não foi costurada a maldade inimiga,
Que se deixava usar feito dor, num ato demente,
Que no meu peito se ardia!
A minha cruz é a guerra da mente, alma e carcaça,
Na vestida existência, que cá de mim se despede,
Devorando-se sem ufanares...
Sou a presa na mão da loucura que não me rechaça.
Não a enfrento sem razão. O que me falta ela concede,
Na batalha dos nossos altares!