O SILÊNCIO DO BEIJO
Ninho de cobra
obra do diabo
aba sem dobra
sobra de rabo.
Couro de gato
ouro de tolo
fogo no mato
pedra e tijolo.
Asa de pombo
rombo na vida
a morte encontrando
a bala perdida.
A fé que nos move
remove a incerteza,
mas a fome promove
a infinita tristeza.
O vazio na alma
a calma tardia
o verso que aflora
acordando a poesia.
O desejo no leito
no peito o ensejo
a boca escutando
o silêncio do beijo.
Saulo Campos - Itabira MG