Anoitece. Nada vejo. Todos dormem.
Ruem os ventos...
Na solidão, o torpor da ventania.
O vazio se expande.
Vultos de outrora mascararam o ilhamento -

passeiam por mim carrascos insólitos.

Espero pelo sono de tudo.
Desnavego a intimidade entre mim e minhas dores.
Lembranças vãs chicoteiam a couraça do coração.
 
Algum dia hei de me parir? Retirar escamas alojadas na pele?
Se eu pudesse ainda sentir o vento e as águas, o sol e os cheiros e as brumas da noite.
 
...amanhecem gaivotas em meus olhos sonolentos.
Alegro-me.
Belas são as Terras e os que sentem gratidão ao primeiro golpe de vista.
Alegro-me com os que se alegram. Navego.
Ana Liss
Enviado por Ana Liss em 23/12/2015
Reeditado em 23/12/2015
Código do texto: T5488862
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.