NOITE
Lá fora, a noite fria, de tenebrosa cor,
Penetra na alma das carnes desprotegidas...
E longe o piar de um pássaro agourento,
Zombam do sofrimento...Da dor.
Espreito aquele silêncio,
Penso na tristeza que nos traz o manto da noite...
Penso e sinto falta do doce carinho do açoite,
Da brisa na minha face.
A noite passa, ouve-se o som canoro do sabiá,
Vindo dos distantes bosques dos meus sonhos,
Para chamar a alva, que surge vagarosa,
Para o despertar a natureza...
Cumpro, rigorosamente, o ritual do amanhecer...
Vou célere ao jardim, para visitar as minhas flores,
Embevece-me aquela mistura de cores,
Lenitivo que reanima o meu viver
Embora eu sinta sempre saudade,
Ele sempre foi a minha fiel e perene companheira,
Às vezes, a sinto, reflito sem saber o porquê,
Ms, ela para mim, é a dor na felicidade.
Assim, sigo sem rumo, o meu caminhar,
Sujeito às alternâncias das alegrias e das tristezas,
Contemplo, em torno de mim, esse mundo de belezas,
Que estimula o meu desejo de amar.
Ao contemplar o encanto da natureza,
Vejo que é uma incoerência a vida na solidão,
Devemos procurar sentir na alma o calor da emoção
Por esse espetáculo de indescitível beleza.
Brasília, 06 de abril de 2005
Tarcísio Ribeiro Costa