Violetas

Violetas.

Elas surgem todas as manhãs guardando parte da chuva da noite.

Filtram os tons amarelos do sol e transformam gotas em cristais que encantam meus olhos.

Observo-as imóveis e mesmo assim, profundamente marcantes, em seus tons de azul, rosa, branco e violeta.

Vejo as minúcias que guardam nas pétalas sensíveis com pontos luminosos.

Com elas chegam lembranças de um tempo onde sonhos tinham a vida inteira, o tempo todo, um tipo raro de sorriso...

Percebo no ar a fragrância imaginária que nunca foi delas, não daquelas que agora sorriem para mim.

Encantamento de menina perfumando o corpo e tingindo o ar de promessas.

Violetas que contam histórias...

Sou como elas.

Às vezes, sutil nos poemas lançadas ao vento;

Em outras, plena de saias, riso, planos, imaginação.

Em algumas, até lágrimas diante do quadro que quero tão perfeito.

Fragilidade e complexidade na beleza e na oferta.

De certa forma, enxergo-as assim como também me vejo...

Há em mim tanta doação na dependência daquilo que me faz vida.

Edeni Mendes da Rocha
Enviado por Edeni Mendes da Rocha em 30/11/2015
Reeditado em 03/12/2015
Código do texto: T5465764
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