Solitários
1
Horas ocas,
bocas,
vazios infindáveis.
Sugam
como turbilhão
do olho
de um furacão.
O redor
e
o longe,
nada foge.
2
Horas ocas,
bocas
de saco
sem fundo.
Consomem
o sonho, a ilusão
e
a fantasia.
Nada
lhe escapa.
Nem capa
ou verniz ou realidade.
3
Horas ocas,
bocas
famintas.
Beijo sem lábios,
sorrisos
tristes.
Horas ocas.
Revelação
dos instantes
sem ti.
Horas ocas...
Sei que tu
também sentes.
Tu negas
com os lábios
fechados...
Teu olhar revela!
Leonardo Lisbôa
Barbacena, 15/09/2014
Poema para Ange
de Lo.