Formalizando
No mar do medo, nas ondas da coragem
Remos perdidos, ventos bravios
Sol entre nuvens, céu azul, tempestades...
Barco a deriva!
Silenciosas horas dançantes, majestosas e
arrogantes
No fim a Terra é mesmo plana e
Desse tabuleiro insano caem os oceanos
Queda livre! Fenomenal queda livre!
Hum... uma água de coco seria uma boa
pedida
E quem sabe fritas? Havaianas? Cigarros?
Pior que a contagem regressiva é o despertar
A maior das perguntas está sentada na proa
Por que? Porquês? Porquê?
E se a Terra fosse redonda?
E se a história fosse linear?
E se o homem descobrisse o fogo?
E se.... e se.... e se... e se...
Eita que esse barco a deriva tomou forma
de trem!
E tem montanhas desenhadas, redondas e verdes
E o trem sobe e desce nesses trilhos...
E tem vaca e tem fumaça e tem piui...
e tem vagões e tem carvões e tem mais vacas e mais piuis...
Não tem cabritos perdidos!
Tudo que há são montanhas coalhadas de gente sem direção
Gente malhada, gente negra, gente cera, gente branca, gente parda,
Gente cheia, gente vazia, gente a deriva, gente suada.
O trem vai vendo essa manada ficando pra trás!
E sobe e desce e sobre e desce e sobe e desce as montanhas sem fim
Equivocado, claro! No fim é obvio que tem um pote de ouro
E lá se vê as cores do arco íris e suas classes . Classe?
Sim! Tem cor primária, tem cor secundária , terciária e ...
Vinho tinto com gelo