O Talvez
Como assim definir,
na razão da certeza,
o talvez?
Um bramido surdo e cego
Na ótica caótica da dúvida.
Ecoa aos ouvídos em sentido voluntário
Como se voluntário fosse
o querer do querer dolente
que o esterno lateja.
Tal como quem aspira todo oxigênio
da biosfera e acaba sufocado.
Talvez, o talvez se sustente
na lógica ilógica dos anseios
na afirmativa dúbia do Não
na negativa ambígua do Sim
na ânsia indecisa do Quer Não Quer.
Talvez, o talvez seja a própria
essência de ser do ser
o cerne dos afetos
a expressão dos desejos
latentes e fugazes.
E nessa volatilidade
que são os sentimentos
navega a alma, de pólo a pólo
entre calmarias e procelas
um tanto deriva, um quanto norte
a espera da única certeza indubitável
que se tem nessa vida:
O TALVEZ.
Poema finalista do II Concurso Literário Big Time Editora - 2013 - A Ocasião Faz o Poeta.