MODO SÓ NOSSO DE AMAR
Eu sinto que ele me espreita
Nas minhas noites insones
Sinto até quando se deita,
Esta presença suspeita,
A meu lado, suavemente...
Alguém diria que estou demente,
Pois não o vejo nem o escuto
E, muito menos, posso tocá-lo...
Por isso, não falo e me calo.
E é por isto mesmo que reluto
Em aceitar as evidências...
Mas quando isto acontece,
Aquela antiga sensação reaparece
E quebra minhas resistências...
Fecho os olhos e fico a recordar,
Deixando-me levar e embalar
Por aquele ardente modo só nosso de amar.