Poema do cotidiano
Sem ter nada o que fazer,
Saí a percorrer várias ruas,
Recolhendo versos perdidos,
Alguns outros esquecidos...
Muitos jogados por prazer,
nas calçadas do mal querer.
Outros versos, vociferados...
Como se tudo fosse pecado:
O beijo pelos jovens trocados,
As duas garotas cheias de afagos,
Os cães atrás da cadela no cio...
O homem e seu violino desafinado.
Transeuntes passam apressados...
Nada percebem destes versos,
Nem tampouco se têm reversos,
O quê o poeta sonhador escreve.
Assim, recolho de tudo e volto...
Sem antes olhar a beleza do céu,
E ver se o pintor coloriu de novo,
O lindo quadro, na mesma moldura,
Em nuances de novas tonalidades,
Que nos presenteia diariamente,
Fazendo nossa vida mais contente,
Transformando tudo em poesia.