Poema do cotidiano

Sem ter nada o que fazer,

Saí a percorrer várias ruas,

Recolhendo versos perdidos,

Alguns outros esquecidos...

Muitos jogados por prazer,

nas calçadas do mal querer.

Outros versos, vociferados...

Como se tudo fosse pecado:

O beijo pelos jovens trocados,

As duas garotas cheias de afagos,

Os cães atrás da cadela no cio...

O homem e seu violino desafinado.

Transeuntes passam apressados...

Nada percebem destes versos,

Nem tampouco se têm reversos,

O quê o poeta sonhador escreve.

Assim, recolho de tudo e volto...

Sem antes olhar a beleza do céu,

E ver se o pintor coloriu de novo,

O lindo quadro, na mesma moldura,

Em nuances de novas tonalidades,

Que nos presenteia diariamente,

Fazendo nossa vida mais contente,

Transformando tudo em poesia.

WILSON FONSECA
Enviado por WILSON FONSECA em 18/11/2015
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