REvirados
O ar rarefeito da sala asfixia
Sinto o fôlego faltar a cada inspiração
Olho aterrorizada o ar
E enxergo as partículas de O2 fugindo de mim
Rindo do meu pânico
Saracoteando faceiras pelo vento
Esse tremor interno a cada telefonema
Fúria contida acalmada a base de poemias
Dores maquiadas em "Bom dia, tudo bem?"
Não, não estou bem, mas quem liga
Nem eu ligo, tenho um mal antigo
Roubaram meu fôlego
Deixaram suspiros
Em suspenso no momento
Intenso nas entrelinhas
Caídas páginas minhas
Folhas reviradas em sinfonia mal acabada
Perdida na selva de vidro e concreto
trancada no país do afeto
Do amor fácil
amargo
rápido
mordaz
tanto faz
ninguém mais faz
Todos gemem e se encolhem
Recolhidos em seus mundos
Vem visitar o meu?
Deixa o seu guardado, escondido
Trás tinta e A4, escreverás história na minha poesia
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