Expectativas

Dias que nascem, e não precisem mais terminar.

Noites que deviam jamais amanhecer,

Tempo que corre quando devia parar

E congela quando devia correr.

Raios ensolarados meados a manhas cinzentas

Foram fornos e formas, formam nuvens barulhentas

Gotas fortes na sacada, na janela, no vidro, a tormenta

No relicário, bem guardado, a simpatia, a ampulheta.

A arreia corre e o tempo cura

Cai o mundo, em penumbra

Em parcelas, em rupturas

Breves brechas em breves ruas

Bravos homens, bravas criaturas

Breves versos, brisas, brumas

Sonhos bestas, silhuetas

Sem lamentos, incertezas

Sem o coro ou a trombeta

Sem ar mundano ou pureza

Sem ciclo, vício ou etiqueta

Suspiros vivos sem tristeza.

Siid
Enviado por Siid em 11/11/2015
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