OLHA-TE
Olha para ti mesmo
E dize-me o que enxergas.
Teu rosto triste, aprisionado da moldura,
Ou um leve contorno, no desejo de liberdade.
O que anseias quando vives,
O que esperas, enquanto as horas passam?
Não creias que o mundo sentirá a tua falta,
Ou que serás o herói de um livro ainda não escrito.
Quando mudas de lugar,
Estás cada vez mais longe do teu destino.
Não te inclines às vulgaridades,
Se em tua jornada, não tiveres humildade,
Que teu coração tenha piedade...
Tão veloz quanto teus pensamentos
É o tempo.
Crescerás entre ervas daninhas
Que irão dividir a terra
Com rosas delicadas
E perfumados jasmins.
Terás que escolher,
Entre a loucura desta sociedade
Ou a saciedade da tua sede.
Encontrarás olhos a te vigiar
E mãos que farão sangrar os teus dias,
Mas também terás o acalanto
Da poesia.
Se o mundo furtar a tua força,
Escora-te nos ombros de teus filhos.
Nada mudará o passado, nem o presente,
Mas teus filhos te ensinarão
Que o futuro está em teu coração.